Tocar | Trocar


07/10/2017

Faz um ano que postei aquela foto de cabelo bem curtinho, arrepiado, que tava começando a crescer de novo pós quimioterapia, você lembra? Pois é, eu lembro bem por que eu tava saindo do furação, a pele ainda queimada de radioterapia. Lembro que, ao dar o enter naquela postagem, chorei muito. Estava me expondo, mas era como que se eu estivesse encerrando um ciclo e começando outro, pra marcar essa transição, e aquilo me impulsionou.

Hoje, passado esse ano, me vi na diretoria de ensino de Ribeirão Preto/SP conversando com professores da rede pública sobre a minha experiência com o câncer. Dividindo, e então multiplicando. Foi emocionante. A vida dá voltas e ela sempre surpreende, mesmo. Só a agradecer...
Para além de falar de mim especificamente, me interessa usar meu caso como exemplo para tratar de assuntos mais amplos como vulnerabilidade, efemeridade, impermanência, fragilidades e potência. Para elevar, transcender a problemática, ir pro plano do geral. Por que as nossas experiências não precisam servir só a nós, e compartilhá-las nos ajuda a dar outro sentido às mesmas. E esse é o único caminho para algum tipo de evolução coletiva.
Tocar | Trocar.

Então minha proposição, mesmo passada essa temporada, segue a mesma. Não buscar encontrar uma razão para o que aconteceu, mas dar um sentido.