Uma via de mão dupla.
O que vai nos curar será a generosidade. Quando a gente de fato entender que só podemos sobreviver na cooperação, na troca, no apoio, no amparo, no acolhimento, na empatia, no afeto, tendo o amor como lema, aí quem sabe viveremos melhor. Individual e coletivamente.
Configurar novos modos de nos relacionarmos se faz urgente, que a gente saia mais de si para experimentá-los. Sair de si tá liberado, isso é dentro, pode ser feito daí de onde você está, não exige mais ninguém nem aglomerações, é um processo particular. É trabalhoso, por que é dissociação do ego e isso nos aterroriza, mas é o único caminho que de verdade leva a novos lugares.
Uma grande amiga teve a linda ideia de ler meu livro, o Não se acostume com a vida, junto à amiga dela, que acaba de receber o diagnóstico de câncer de mama e está com medo. Elas farão isso à distância, e foi a forma que encontrou de estarem juntas nesse momento delicado. Não é comovente? A cada relato como esse me sinto mais viva e encorajada, pois sinto que valeu a pena encarar de frente uma dor tão grande, o que era necessário para eu conseguir lidar melhor com ela, com a intenção de resignificá-la para também de alguma forma ajudar outro alguém cujo sofrimento é semelhante.
A gente pode e deve fazer esses movimentos de encontro com o outro, suas demandas, carências, vulnerabilidades, por que isso também é sobre suportar as nossas vulnerabilidades, é sobre evoluirmos juntos. Por que é uma via de mão dupla, é se doar para ser contemplado. E não adianta esperar isso do macro, serão os gestos de amor na esfera micro que vão garantir nossa permanência.
Hoje é Dia Mundial de Combate ao Câncer e saiba, amar é tratamento eficaz. ♡