Respostas.
Na natureza estão todas as respostas, nós é que vamos aprendendo a ler aos poucos.
Esse decifrar dura o tempo da vida, nunca se finda, pois enquanto houver sentido seremos buscadores. E por que o sentido não é inerente, a gente é que atribui, que há pelo que buscar sempre.
Estando viva e sendo parte dessa complexidade abundante e generosa, acolho humildemente minha condição de ser em permanente desenvolvimento e honro esse papel de aprendiz. Sendo grata pelos elementos e circunstâncias que proporcionam que eu me (re)conheça, também complexa. E, num movimento de retro-alimentação, quando coloco algo de meu no mundo busco fazê-lo com a intenção de retribuir e gerar mais dessa energia, seja ofertando um produto, uma partilha, uma palavra, uma conversa, uma escuta, um gesto, uma dança, uma flor. Quero conseguir cada dia mais agir assim pois é isso o que, justamente, me gera sentido.
Quando faço um arranjo floral, por exemplo, durante o processo por vezes sinto que ele está se fazendo sozinho, e acho isso sempre tão fascinante. As flores e folhagens sabendo como se combinarem e interagirem entre si. Comentei já com algumas pessoas, parece que não sou eu quem faz o arranjo, ele se faz. Ou melhor, ele me faz. Como a dança que concebo, ela não só serve como mais uma de minhas ferramentas expressivas. Sou eu quem sirvo a ela.
É desvendar do que se gosta e o que nos realiza, o que é fundamental, mas é mais. É fazer um pacto com a existência em que esteja pressuposta sua magnitude, e reconhecida nossa essência processual, e sustentar esse lugar de desbravador de si. Por vezes essa escolha traz muitas dúvidas, mas a natureza contém todas as respostas, nós é que vamos aprendendo a ler aos poucos.
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